RUBRICA

RUBRICA

por Hifa Educação

Apresentação

A rubrica é uma ferramenta que mostra possibilidades de respostas para uma determinada questão, atribuindo um valor específico para cada resposta de acordo com o que foi estabelecido como objetivo de aprendizagem. A rubrica pode ser entregue antes ou depois do percurso de uma atividade. Quando entregue antes, serve como um instrumento que estabelece os parâmetros para a realização de uma atividade. Quando é entregue depois da proposta,  a rubrica é usada para avaliar a turma e estabelece a gradação de nota para cada resposta. 

É importante destacar aqui a diferença entre rubrica e gabarito. O gabarito é aquela ferramenta que mostra apenas as respostas corretas às questões apresentadas, sejam elas objetivas ou dissertativas. O gabarito apresenta uma única resposta, uma forma de redigir a resolução do problema. Ele, sozinho, não favorece a metacognição. Enquanto a rubrica pode ser compreendida como esquemas explícitos para classificar produtos ou comportamentos, em categorias que variam ao longo de um contínuo. Além de uma forma de avaliar, as rubricas são uma forma de registrar essa avaliação de uma maneira mais adequada para a metacognição. Isso significa que o estudante vai conseguir entender o que faltou e qual caminho não percorreu em sua resposta, tendo uma evidência um pouco mais perene e passível de consulta durante outras experiências de aprendizagem. Assim, o aluno vai olhar para a sua resposta e não vai ver apenas uma nota. Ele vai compreender exatamente o que faltou e como ele pode aprimorar.

Um exemplo

Dois alunos tiraram a mesma nota numa prova, porém um errou aspectos pontuais, cometendo algumas desatenções, e o outro errou conceitos centrais e competências muito importantes para o  curso. Se olharmos só para uma tabela de notas, teremos a ilusão de que eles tiveram o mesmo desempenho, mas eles não tiveram. Isso é importante no processo de aprendizagem de cada um.

Por onde começar

  • Objetivos: tenha como ponto de partida o objetivo de aprendizagem e identifique os critérios a serem avaliados.
  • Gradação: dentro de cada critério, indique níveis de qualidade, que podem ser nomeados ou numerados, para definir a escala, partindo do que está mais distante e indo ao que está mais próximo dos objetivos de aprendizagem, ou até mesmo o que os superou. 
  • Detalhamento: descreva cada nível de forma que os textos sejam específicos, com aspectos observáveis e que representem altas expectativas para o produto ou o processo avaliado. A ideia é que esses critérios e esses níveis de qualidade dos critérios não deixem dúvidas, que sejam objetivos, que não haja possibilidades de diferentes interpretações. Apresentar as expectativas de desempenho realistas,  ou seja, os alunos precisam dar conta de realizar a atividade.

Características

  • Metacognição: rubricas qualificam as possíveis respostas de acordo com uma classificação que permite entender as expectativas de desempenho dos estudantes, mostrando critérios de qualidade, permitindo a reflexão sobre a resposta elaborada, a identificação do que ficou faltando para que o objetivo fosse alcançado e ações possíveis para se chegar até lá.
  • Praticidade: são esquemas práticos, diretos e objetivos que possibilitam a avaliação para aprendizagem. São usadas para categorizar e classificar comportamentos e produtos que se transformam ao longo do processo de ensino e aprendizagem.
  • Feedback: são usadas para prover a transmissão dos resultados ao aluno de maneira formativa e processual. 
  • Agilidade: quando as rubricas estão bem definidas e com critérios estabelecidos, poupam tempo de correção, já que você não precisa fazer milhões de observações na prova.

Pontos de atenção

  • Uso das rubricas: muitas vezes são associadas ao processo de autoavaliação, mas elas também podem ser utilizadas como estratégia para o professor avaliar um processo ou um produto dos estudantes, ou ainda para algo misto entre uma autoavaliação (estudante) e uma avaliação (docente). Nesse caso, trata-se de uma coavaliação, na qual o professor e o estudante utilizam a mesma rubrica para avaliar o processo de ensino-aprendizagem.    
  • Flexibilidade: é importante que, na hora de aplicar uma rubrica em uma avaliação, você esteja aberto a adaptar os critérios revendo e redistribuindo os níveis. Conforme você vai adquirindo mais experiência com a criação e utilização de rubricas, esses momentos de refacção vão se tornar mais escassos. 
  • Avaliação: as rubricas não são incompatíveis com as notas. É possível utilizar uma rubrica associada à nota. A diferença é que a nota não está associada, especificamente, a uma questão, mas sim a um critério, uma evidência de aprendizagem. 
  • Planejamento das ações: considerando o processo de avaliação formativa é preciso pensar no que será feito depois de verificar os resultados das rubricas, quais serão as ações necessárias para colocar em prática quando os estudantes atingiram os níveis da rubrica de forma plena ou parcial. 

Referências

BIAGIOTTI, L. C. M. Conhecendo e aplicando rubricas em avaliações. In: Congresso Internacional de Educação a Distância. Florianópolis, ABED, 2005.

RUSSELL, M. K.; AIRASIAN, P. W. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações. Porto Alegre: AMGH Editora, 2014.

Fique por dentro de tudo o que estamos fazendo!

Pular para o conteúdo